A autarquia de Pombal está a desenvolver um projecto de captação de água no terreno arenoso da Mata do Urso, próximo da praia do Osso da Baleia, para garantir o abastecimento total às populações.
A capacidade de captação de água em dois furos já existentes na Mata Nacional do Urso, freguesia do Carriço, garantiriam já hoje o abastecimento do precioso líquido a toda a cidade, se já estivessem instaladas as condutas que vão conduzir a água até à sede do concelho. As ligações necessárias, com tubos de 600 milímetros, terão de vencer uma distância de cerca de 20 quilómetros, numa primeira fase até às portas da cidade, em Caxaria.
A instalação das condutas deverá começar a ser feita no início do próximo ano, mas o projecto tem um horizonte alargado para ficar concluído integralmente, nunca antes de 2013, prazo final para os financiamentos do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), fundos europeus a que a obra se deverá candidatar.
É uma empreitada de fôlego, num valor que ronda os 25 milhões de euros, que contempla ainda mais duas captações – cujos trabalhos já foram adjudicados –, e uma estação de tratamento, de acordo com as características químicas e bacteriológicas que a água apresentar.“Só a produtividade de cada um dos dois furos existentes ronda os 100 litros por segundo”, adiantou ao DIÁRIO AS BEIRAS Joaquim Costa, engenheiro responsável pelo departamento de água e esgotos, o que já seria suficiente para dar resposta às necessidades da população existente. Este projecto foi definido pelo presidente da Câmara Municipal de Pombal, Narciso Mota, como prioritário, atendendo a que o município não quer ficar dependente do fornecimento de um consórcio exterior, com repercussões directas no custo a pagar pelo consumidor final.
Quem já descobriu este filão há muitos anos foram as duas fábricas de celulose, instaladas na freguesia da Marinha das Ondas, no concelho vizinho da Figueira da Foz, que têm 22 captações de água na freguesia do Carriço, em plena Mata Nacional do Urso, de onde extraem a matéria prima utilizada no processo industrial.
Até agora o fornecimento de água ao concelho é feito a partir das captações de Ourão e Anços, responsáveis por 70 por cento da água que sai das torneiras de Pombal. O restante é obtido através de pequenas produções, em Venda Nova, Chã, Louriçal e Caxaria, que variam entre dois e 20 metros por segundo. O actual sistema tem vindo a dar mostras de pouca fiabilidade, tendo mesmo originado um corte de fornecimento no passado fim-de-semana, devido a ruptura.
(Fonte: Diário das Beiras)
Nenhum comentário:
Postar um comentário